Para entender a diferença entre pessoas com deficiência e neurodivergentes, é útil pensar nas definições e na origem desses termos.
Pessoas com Deficiência (PCD)
Uma pessoa com deficiência é aquela que tem um impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial. Esse impedimento, em interação com diversas barreiras (como atitudinais, arquitetônicas e de comunicação), pode dificultar sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as outras pessoas.
O conceito de deficiência está muito ligado ao Modelo Social da Deficiência, que entende a deficiência como uma construção social, e não apenas uma condição individual. A limitação não está na pessoa, mas sim nas barreiras que a sociedade impõe. Por exemplo, uma pessoa em cadeira de rodas não tem dificuldade de mobilidade por si só, mas sim porque a sociedade foi construída com escadas e sem rampas.
Exemplos de deficiências incluem:
* Físicas: paralisia cerebral, paraplegia.
* Sensoriais: cegueira, surdez.
* Mentais/Intelectuais: síndrome de Down, deficiência intelectual.
Neurodivergentes
O termo neurodivergente descreve um cérebro que processa, aprende e se comporta de uma maneira diferente da que é considerada "típica" ou "padrão" pela maioria da sociedade. Essa ideia surge do Movimento da Neurodiversidade, que defende que as variações neurológicas são uma parte normal e natural da diversidade humana.
Ser neurodivergente não significa necessariamente ter uma deficiência, embora em alguns casos possa estar relacionado. O foco da Neurodiversidade é na variação neurológica, não em um impedimento.
Exemplos de neurodivergências incluem:
* Transtorno do Espectro Autista (TEA).
* Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
* Dislexia, Discalculia, Dispraxia.
Qual a relação e a diferença?
A principal diferença é que deficiência é um conceito mais amplo, relacionado a barreiras sociais e a limitações funcionais, enquanto neurodivergência é um termo específico para variações neurológicas.
Pode haver sobreposição entre os dois grupos. Uma pessoa neurodivergente pode ser considerada uma PCD se sua neurodivergência, em interação com barreiras sociais, causar um impedimento significativo para sua participação na vida em sociedade. Por exemplo, uma pessoa autista pode ser considerada uma PCD, mas uma pessoa com dislexia pode não se encaixar nessa categoria se a condição não a impede de participar plenamente.
Em resumo, nem toda pessoa com deficiência é neurodivergente, e nem todo neurodivergente se considera ou é legalmente reconhecido como pessoa com deficiência. O mais importante é entender que ambos os termos buscam promover a inclusão, o respeito e a aceitação das diferenças humanas.
Gemini - Deficiência vs. Neurodivergência: Entendendo as Diferenças
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