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domingo, 23 de novembro de 2025

Coluna do Domingão

 

Para nunca mais

Paixões a parte, ninguém deveria comemorar a prisão de um ex-presidente. No caso de Jair Bolsonaro,  ela levanta uma reflexão importante: ensina como não fazer, o que se evitar, que caminhos evitar se quiser respeitar a democracia.

Bolsonaro perdeu as eleições de 2022 e não se conteve. Quis criar com seu entorno um ambiente para a virada de mesa, para romper com as instituições democráticas e manter-se no poder. Tivesse feito oposição programática,  orientado seus fanáticos a ficarem em casa, ter aceito o resultado e andado o país,  provavelmente estaria favorito a voltar ao Planalto. Seria terrível,  mas seria uma possibilidade.

Ao contrário,  com seus filhos, tomados pelo esquisofrenismo político, tomaram passos na direção contrária. Quiser tocar fogo no país como vimos no 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro buscou descredenciar as instituições,  atacou a justiça,  a eleição,  os adversários,  a Câmara,  o Senado, se acovardou diante de Alexandre de Moraes.

Seus filhos, especialmente Eduardo Bolsonaro,  atacaram recentemente a soberania nacional,  gerando um sentimento de nacionalismo que só fortaleceu a quem queriam derrubar. Agora,  Flávio Bolsonaro convoca aliados para uma vigília política travestida de “corrente de oração”, numa tentativa desesperada de mobilizar apoiadores. A PF alertou o Supremo,  Alexandre de Moraes determinou a prisão de Jair na PF.

Como diz Alexandre de Moraes na histórica decisão,  a Democracia brasileira atingiu a maturidade suficiente para afastar e responsabilizar patéticas iniciativas ilegais em defesa de organização criminosa responsável por tentativa de golpe de Estado no Brasil.

“Primeiro, um dos filhos do líder da organização criminosa, Eduardo Bolsonaro, articula criminosamente e de maneira traiçoeira contra o próprio País, inclusive abandonando seu mandato parlamentar. Na sequência, o outro filho do líder da organização criminosa, Flávio Bolsonaro, insultando a Justiça de seu País, pretende reeditar acampamentos golpistas e causar caos social no Brasil, ignorando sua
responsabilidade como Senador da República”.

Um irmão de Bolsonaro disse que o ex-presidente foi preso por afrontar o “sistema”. Bolsonaro no poder implementou um sistema perverso, com negligência à pandemia, desmonte das instituições, da pauta ambiental,  negativa de direitos,  negativismo.

Ele diz uma única verdade: de fato afrontou o sistema. Chamamos ele de democracia. Fica a lição: não se brinca com ela. Não se ameaça. Se respeita.

Virada

A participação do ex-secretário da Fazenda da gestão Nicinha Melo e aliado de Dinca Brandino,  Gleydson Rodrigues, em um ato da gestão Flávio Marques em Tabira, enchendo o petista de elogios, foi o maior duplo twist carpado da história da Cidade das Tradições. Mais que isso,  só se Nicinha pulasse para o barco petista…

Criticada

Arcoverdenses em contato com o blog lembraram os R$ 130 milhões anunciados essa semana pro Hospital Regional do Agreste,  em sua terra natal,  Caruaru.  Com 10% desse valor, já faria uma significativa melhoria no Hospital Ruy de Barros, alvo de muitos questionamentos da população do município,  pelos problemas de atendimento e resolutividade.

Reações

No Pajeú,  foram tímidas as reações de agentes públicos pela prisão de Jair Bolsonaro. O vereador Edson do Cosmético disse em um post com o título “Força Capitão” que “prenderam um homem inocente, julgado por pessoas que não tinham competência para tal e com base em fatos forjados”. E concluiu: “hoje, estão calando a voz inocente de um, amanhã será de todos, se não resgatarmos urgentemente a democracia brasileira. Deus tenha misericórdia do Brasil!”

Reação 2

Coordenador da Ciretran do governo Raquel Lyra por indicação do pai, Sávio Torres,  Vinicius Torres reclamou do post sobre a retirada da tornozeleira do ex-presidente. “As besteiras tão as mesmas. É o povo sendo expulso de suas casas, aposentados sendo roubados, político defendendo traficante, mas parece que a ideologia política é maior que defender a sociedade. Dó vê Lula e Bolsonaro, não tá nem aí pra o que o povo realmente passa, as notícias só importam se envolver política”, disse.

Silêncio

Políticos mais à esquerda no Sertão,  como Márcia Conrado,  Adelmo Moura, Marcones Sá e Sandrinho Palmeira,  não se manifestaram nas redes. Anchieta Patriota e Ângelo Ferreira,  também não. No plano das grandes lideranças,  Raquel Lyra e João Campos mantiveram silêncio. Mais à direita,  Gilson Machado,  Anderson Ferreira e Mendonça Filho defenderam Jair. Liana Cirne,  João Paulo e Rosa Amorim, comemoraram.

Deseducando

De fato,  há de se ter uma reflexão sobre a influência de músicas com letras pornográficas em escolas da rede pública. Há alguns dias, o Deputado Pedro Campos foi criticado por dançar no seu aulão do Enem dancinha com conteúdo impróprio. O irmão,  João,  é chegado do Neiff, cujos conteúdos são questionáveis. Há poucos dias,  Raquel Lyra publicou um vídeo de um aluno a chamando para o “passinho do Jamal”. Por milagre,  ela conseguiu publicar um único trecho de 3 segundos em que não falava palavrão. Um trecho diz “prepara essa b… que tú vai levar botada”.

Azedou

O clima não é bom entre o presidente da Câmara de Carnaíba,  Alex Mendes, e o prefeito Berg Gomes. Alex reclamou na justiça um repasse a mais do duodécimo da Câmara.  Teve uma liminar a favor, mas perdeu no mérito. O prefeito Berg avisou que vai descontar o que fora pago a mais. E Alex achou ruim. A aprovação do projeto de emendas impositivas da Câmara foi reação à decisão do gestor,  segundo fonte à Coluna.

Reapareceu

O vereador Claudelino Costa,  investigado por peculato e com um processo de cassação em curso, reapareceu nas redes. Ao lado de colegas como Luciano Pacheco,  Célia Galindo,  Rodrigo Roa, Eriberto do Sacolão,  Paulinho Galindo e João Marcos,  esteve em ato com Zeca e Nerianny Cavalcanti na Secretaria de Assistência Social. A batata do vereador,  acusado de oferta de cargos em troca de dívida com o empresário Micael Lopes,  está assando.

Sangria

O prefeito Maycon da Farmácia e o líder Djalma Alves não estão conseguindo segurar todos os vereadores da base no apoio a João Campos.  Nos últimos dias,  Adriana de Agenor, Edileuza Godê e Adriana do Hospital migraram para o palanque de Raquel Lyra,  fruto de uma construção articulada regionalmente por Edson Henrique.

Primeiro ato

Esta semana, a prefeita Aline Karina,  o vice Chico de Laura,  o presidente da Câmara Junio Moreira,  o ex-prefeito Adelmo Moura e aliados receberam em um ato o pré-candidato a deputado estadual Romerinho Jatobá, que decidiram apoiar. “Romerinho é um parceiro que tem trabalho prestado, um homem público experiente, presidente da Câmara do Recife, com quatro mandatos de vereador, além de ter atuado na gestão do ex-governador Eduardo Campos e exercido a função de secretário na Prefeitura do Recife. É uma pessoa que conhece a vida pública, sabe enfrentar desafios e tem compromisso verdadeiro com o povo”, defendeu Adelmo.

Modo ataque 

Ao defender os reparos do DER na PE 275, a prefeita de Sertânia, Pollyana Abreu deu uma cutucada no ciclo socialista. “Essa PE foi feita em três anos. Era pra estar em garantia. Foi feita pela gestão passada do PSB. Só que o serviço foi de má qualidade”, reclamou. “Meu agradecimento à governadora Raquel Lyra e ao secretário André Teixeira por mais essa parceria”, completou.

Frase da semana:

“Hoje tá bom pra fazer churrasco”.

De um morador do Condomínio Solar Brasília,  onde morava Bolsonaro,  no grupo dos moradores,  após a prisão do vizinho famoso.

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sábado, 22 de novembro de 2025

Vereadora Adriana do Hospital anuncia apoio à reeleição de Raquel Lyra em Solidão

A vereadora Adriana do Hospital, terceira mais votada nas eleições de 2024 em Solidão, formalizou apoio à reeleição da governadora Raquel Lyra. Com a decisão, ela se soma às vereadoras Adriana de Agenor e Edileuza Godê, formando o grupo das três parlamentares mais votadas do município alinhadas ao projeto da governadora.

O anúncio ocorreu em encontro articulado pelo Gerente Regional de Articulação, Edson Henrique, que afirmou que a adesão reforça o diálogo político no município. Segundo o gestor, a chegada de Adriana fortalece o trabalho desenvolvido na região.

A vereadora, que cumpre seu primeiro mandato, afirmou que sua decisão está relacionada ao que tem observado na gestão estadual. “As ações estão chegando a diversas regiões de Pernambuco. Ver essas entregas acontecerem motiva nossa caminhada”, declarou.

A reunião contou também com a presença de Andreça Nobre, filha da vereadora.

Com a nova adesão, a governadora passa a contar com apoio consolidado entre as principais representantes da Câmara Municipal de Solidão.

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Ex-escudeiro fiel de Dinca reconhece avanços da gestão Flávio Marques em Tabira

Durante a edição desta sexta-feira (21) do programa Sextou com Obras, marcada pela assinatura da Ordem de Serviço para a pavimentação da Rua Senador Paulo Guerra, no Bairro de Fátima II, o ex-secretário da Fazenda Gleydson Rodrigues — aliado histórico de Dinca Brandino e ex-integrante do governo Nicinha Melo — fez um discurso incomum no cenário político local: elogiou publicamente a gestão do prefeito Flávio Marques (PT).

A obra autorizada, aguardada há vários anos pelos moradores, será executada pela empresa Essencial Construtora LTDA, com investimento de R$ 78.076,76, seguindo as normas técnicas vigentes.

Gleydson, que já havia chamado o atual prefeito de “ficha suja” no passado, afirmou no evento que, embora não tenha votado no gestor, reconhece avanços da administração municipal. Sua fala foi registrada em vídeo.

Segundo Gleydson, o PCdoB, partido ao qual é filiado, reorganizou sua atuação em Tabira e decidiu apoiar o governo sem exigir cargos. “Não desejamos ocupar espaços. O que nós desejamos é que as obras saiam do papel, que os desejos das pessoas sejam atendidos”, afirmou.

Ele comparou momentos da saúde municipal entre gestões anteriores e o cenário atual. “Eu me lembro quando, no passado, as pessoas chegavam no hospital e não tinha médico. […] Hoje, quando você coloca cinco, seis, sete especialistas no hospital, é um avanço muito grande”, declarou.

O ex-secretário afirmou que parte dos eleitores que não votaram em Flávio Marques reconhece mudanças positivas. “Você tem surpreendido não apenas seu eleitorado, mas principalmente aqueles que não votaram em você, como é o meu caso e o de outros camaradas”, disse.

Gleydson citou obras recentes, como a farmácia de distribuição de medicamentos e o calçamento que liga Barreiros I a Barreiros II, classificando-as como demandas antigas da população. Sobre a pavimentação da Rua Senador Paulo Guerra, lembrou que moradores reivindicavam a intervenção “há muitos anos”.

Durante o discurso, ele ainda fez um pedido ao prefeito: a construção de uma creche que atenda Fátima I, Fátima II e a região dos Ossos. “Nós não desejamos benefícios individuais. Desejamos benefícios coletivos que resolvam os problemas da sociedade. E nesse quesito você está de parabéns”, concluiu.

O evento marcou mais uma edição do programa Sextou com Obras, no qual a prefeitura anuncia e acompanha intervenções de infraestrutura no município.

 

Flávio Marques prepara reforma administrativa em Tabira, diz jornalista

 

Uma apuração divulgada pelo jornalista Júnior Alves, da Rádio Cidade FM, indica que o prefeito de Tabira, Flávio Marques (PT), está concluindo o desenho de uma reforma administrativa que deve ser anunciada até o fim do ano.

Segundo Alves, a informação partiu de uma fonte governista que, em reserva, detalhou que as mudanças devem atingir diferentes áreas da gestão municipal. O plano inclui uma ampla “dança das cadeiras”, envolvendo secretários, diretores e coordenadores.

Até o momento, não há confirmação oficial por parte da Prefeitura de Tabira. Também não foram informados quais setores deverão passar por reestruturação ou qual será a extensão das mudanças.

A expectativa é de que o governo municipal se manifeste nas próximas semanas para esclarecer o alcance da reforma.

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Tabira anuncia inclusão da disciplina Poesia Popular no currículo escolar a partir de 2026

 

A Prefeitura de Tabira confirmou, na quinta-feira (20), que a disciplina Poesia Popular passará a integrar o currículo da Rede Municipal de Ensino a partir de 2026. O anúncio foi feito pelo prefeito Flávio Marques durante uma homenagem ao poeta Dedé Monteiro, Patrimônio Vivo de Pernambuco e recém-titulado Doutor Honoris Causa pela UFPE, em evento realizado na Praça Gonçalo Gomes.

A iniciativa retoma um projeto originalmente apresentado pelo ex-prefeito Sebastião Dias, quando ele ainda atuava como vereador. Segundo Flávio Marques, a inclusão do componente curricular será viabilizada por meio de emenda parlamentar do deputado federal Túlio Gadelha, que garantirá os recursos necessários para implementação.

O prefeito afirmou que a proposta busca fortalecer a identidade cultural do município e ampliar o acesso dos estudantes à tradição poética local. “Tabira tem uma missão cultural que atravessa gerações. Implementar a disciplina de Poesia Popular é honrar o legado dos nossos mestres e aproximar nossos jovens dessa arte”, declarou.

Na semana anterior ao anúncio, Flávio Marques recebeu o poeta Vinícius Gregório, responsável pela concepção pedagógica do projeto. A nova disciplina pretende aproximar os estudantes da tradição oral sertaneja e fomentar habilidades como criatividade, expressão artística e pensamento crítico.

A cidade, reconhecida pela atuação de poetas como Dedé Monteiro, Sebastião Dias, Genildo Santana, Zé Carlos do Pajeú, Dulce Lima, Paulo Matricó e Albino Pereira, além da APPTA (Associação de Poetas e Prosadores de Tabira), reforça, com a medida, sua posição de referência na valorização da cultura popular, agora também incorporada ao ambiente escolar.

Incêndio destrói Lojão Popular em Tabira; estrutura fica comprometida e bombeiros seguem no local

 

Um incêndio de grandes proporções atingiu o Lojão Popular, no Centro de Tabira, na madrugada deste sábado (22), por volta de 1h40. As informações foram repassadas pelo jornalista Zé Ivan, que acompanhou toda a movimentação ainda durante a madrugada e registrou imagens do trabalho das equipes.

Segundo o jornalista, o fogo começou na parte frontal do prédio, que ocupa toda a extensão de uma das quadras comerciais da cidade. O proprietário mora no andar superior, mas não houve registro de feridos. Ainda conforme Ivan, a suspeita inicial é de que um curto-circuito em alguma tomada tenha iniciado o incêndio, hipótese que ainda será investigada.

O Corpo de Bombeiros de Afogados da Ingazeira foi o primeiro a chegar ao local, cerca de 40 minutos após o início do fogo. Na sequência, equipes de São José do Egito e caminhões-pipa foram mobilizados para reforçar o combate. Mesmo com a ação contínua ao longo da madrugada, focos de incêndio ainda persistiam no interior da loja durante a manhã.

De acordo com o relato, a estrutura física do imóvel ficou seriamente comprometida. Rachaduras e aberturas são visíveis, e tanto o primeiro quanto o segundo andar — utilizados como estoque — foram atingidos. A loja ficava ao lado da residência do proprietário, que também precisou deixar o local.

Ainda segundo Zé Ivan, o dono do Lojão Popular, Jackson Alves Laurindo, é irmão do proprietário do Magazine Popular de Afogados da Ingazeira, estabelecimento que também sofreu um incêndio, de forma parcial, em fevereiro de 2024.

A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros devem emitir laudos técnicos para avaliar os danos e determinar os próximos passos. A área permanece isolada.

 

Preso preventivamente, Bolsonaro é levado para sala da PF

Prisão não se trata de cumprimento de pena. Mandado foi cumprido na manhã deste sábado (22).

Urgente

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso neste sábado (22). A prisão é preventiva e foi solicitada pela Polícia Federal. Segundo as informações iniciais, não se trata do cumprimento de pena, mas de uma medida cautelar.

Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, onde ficará em uma sala de Estado, espaço reservado para autoridades como presidentes da República e outras altas figuras públicas.

O ex-presidente foi detido por volta das 6h, e o comboio que o transportava chegou à sede da PF às 6h35. Em nota oficial, a Polícia Federal informou que cumpriu um mandado de prisão preventiva expedido por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O blog da Natuza Nery apurou que a prisão foi motivada pela garantia da ordem pública. Na sexta-feira (21), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) havia convocado uma vigília em apoio ao ex-presidente. A PF avaliou que o ato representava risco para participantes e agentes policiais.

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Risco de fuga, violação de tornozeleira e articulações para tumulto: leia a decisão por prisão de Bolsonaro

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, na Petição 14.129/DF, tornou públicas as razões que levaram o Supremo Tribunal Federal (STF) a decretar a prisão preventiva do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro em 22 de novembro de 2025. O documento reúne a evolução das medidas cautelares impostas ao ex-chefe do Executivo, os descumprimentos registrados ao longo dos últimos meses e os fatos que, segundo o ministro, evidenciaram risco concreto de fuga e de obstrução da aplicação da lei penal.

O procedimento teve origem em representação da Polícia Federal (PF), que apontou suposta participação de Bolsonaro nos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com a necessidade de medidas cautelares.

As medidas iniciais e os primeiros descumprimentos

Em 17 de julho de 2025, Moraes determinou medidas como proibição de deixar a comarca, uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e restrições de contato com outros investigados, além da proibição de utilizar redes sociais — inclusive por intermédio de terceiros.

Após publicações em que Bolsonaro exibiu o monitoramento eletrônico e sua participação indireta em atos de apoiadores, o ministro considerou haver descumprimento reiterado das cautelares. Em 4 de agosto, converteu as medidas em prisão domiciliar integral, com proibição de visitas (salvo exceções autorizadas), veto ao uso de celular e determinação de busca e apreensão de aparelhos.

Condenação definitiva e risco de evasão

A decisão também recorda que, em 2025, a Primeira Turma condenou Bolsonaro na Ação Penal 2.668/DF a 27 anos e 3 meses de prisão por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado. Com a rejeição dos embargos de declaração e a proximidade do trânsito em julgado, a PF passou a considerar necessário substituir a prisão domiciliar por recolhimento imediato na sede da corporação em Brasília. A PGR não se opôs.

O que levou à prisão preventiva

Na nova decisão, Moraes elenca diversos fatores que, segundo ele, reforçaram a necessidade de prisão preventiva:

Convocação de uma “vigília” em frente à casa de Bolsonaro, marcada para 22 de novembro, feita pelo senador Flávio Bolsonaro. Para o ministro, a mobilização reproduzia o “modus operandi” da organização criminosa investigada, criando ambiente propício a tumultos e dificultando o cumprimento da condenação.

Risco concreto de fuga, potencializado pela convocação da vigília e pela localização da residência do ex-presidente — a 13 km do Setor de Embaixadas. A decisão cita o plano de fuga anteriormente elaborado pelo grupo (RAFE-LAFE) e lembra que corréus como Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro deixaram o país.

Violação da tornozeleira eletrônica, registrada às 0h08 de 22 de novembro pelo Centro de Monitoramento Integrado. O rompimento foi interpretado como tentativa de fuga.

Histórico de descumprimentos das medidas impostas pelo Supremo ao longo do processo.

Diante desse conjunto de elementos, Moraes decidiu converter as cautelares existentes em prisão preventiva, afirmando que apenas a custódia seria capaz de assegurar a execução da pena e evitar novos atos de obstrução.

Determinações para o cumprimento da prisão

O ministro ordenou que a Polícia Federal efetuasse o cumprimento ainda na manhã de 22 de novembro, com instruções expressas:

sem uso de algemas;

sem exposição midiática;

com respeito à dignidade do ex-presidente;

recolhimento na Superintendência da PF no Distrito Federal;

audiência de custódia por videoconferência em 23 de novembro, às 12h;

atendimento médico contínuo.

Moraes também solicitou ao presidente da Primeira Turma a convocação de sessão virtual extraordinária para referendar a decisão.

Ao concluir, o ministro afirmou que a democracia brasileira “amadureceu” para responsabilizar agentes que, segundo ele, integraram articulações criminosas destinadas à ruptura institucional. Leia aqui decisão completa da decisão.

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