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segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

No Brasil de Master e sonegadores bilionários, salário mínimo virou o vilão

 










Por Leonardo Sakamoto

O governo anunciou que o salário mínimo será reajustado para R$ 1621 a partir de Primeiro de Janeiro, mantendo a promessa de Lula de aumento real — política tocada por todos os presidentes há 23 anos, menos, Jair Bolsonaro. Foi o bastante para trombetas anunciarem uma hecatombe maia. A mesma trombeta tocada quando se discute taxação de dividendos, redução drástica de subsídios e combate aos grandes sonegadores.

Há muita gente crítica ao reajuste do mínimo que eu respeito e que traz subsídios e argumento concretos. Outros fazem isso por aporofobia mesmo. Mas, ao fim do dia, esta é uma escolha política, que diz respeito ao sentido do país. Na minha avaliação, não dá mais para sacrificar peões a fim de ganhar o jogo. Ou esperar o bolo crescer porque a divisão do tal bolo é que nem Godot, num vem.

O programa de transferência de renda para os miseráveis tem custo de cerca de R$ 158 bilhões, beneficiando cerca de 48,5 milhões de almas (o número vem caindo por conta da melhoria econômica das condições das famílias). Enquanto isso, benefícios e renúncias fiscais para o andar de cima somam cerca de R$ 800 bilhões e são uma mão na roda — dos donos de empresas com poder de lobby aos mais ricos que conseguem deduzir integralmente gastos de saúde no Imposto de Renda.

Mas os que chiam com os 158, normalmente acham normal os 800.

Por mais que o ano tenha terminado com o governo conseguindo junto aos parlamentares um corte linear de 10% em benefícios fiscais de empresa, o montante ainda é pouco. Isso sem falar na isenção de lucros e dividendos (que deve melhorar com a taxação para compensar a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, mas está longe do ideal).

Além de uma sociedade voltada a proteger o andar de cima, temos uma classe política e uma Justiça que, muita vezes, também servem como Guerreira do Capital Alheio.

Neste 2025, vimos investigações como aquelas sobre o Banco Master (que mamou nas tetas de bilhões em grana pública, vendendo terrenos na lua), a Refit (que deve R$ 26 bilhões em grana sonegada no mercado de combustíveis), Ultrafarma e Fast Shop (envolvidas em um escândalo para sonegação em São Paulo), entre tantos outras. Estamos falando de grana que deixou de entrar nos cofres públicos ou que saiu de forma ilegal, com a ajuda ou a benção de gente do Estado.

Prefeituras conseguiram um desconto de R$ 504 bilhões em suas dívidas previdenciárias no Congresso. Walderley Preite Sobrinho, que traz a informação hoje no UOL, aponta que se isso não tivesse acontecido, uma nova reforma previdenciária poderia até ser evitada.

Isso sem falar nas bilionárias emendas parlamentares, que estão sob investigação da Polícia Federal sob a batuta de Flávio Dino, no STF. Não aquelas que cumprem seu papel, com transparência e prestação de contas. Mas as vagabundas, que viram patrimônio particular de políticos e aliados e caixa 2.

Tenho um arrepio na espinha quando vejo economistas com pedigree, nobres deputados e senadores e cidadãos criados no leite de pera virem a público para dizer que, neste momento, sacrifícios precisam ser feitos para evitar que o Brasil quebre. Mas empurram apenas à xepa para ser imolada no altar do que chamam bom senso. E se alguém lembra “e os ricos?” é chamado de burro. Ou comunista.

Daí vem uma enxurrada de ideias que começam com o fim do aumento real do salário mínimo, passam por mudanças no investimento constitucional em educação e saúde que beneficia o povaréu até a desvinculação dos benefícios previdenciários e assistenciais desse mínimo.

Constrói-se, aos poucos, e silenciosamente, a ideia de que o Brasil não aguenta pagar o mínimo para garantir uma vida digna a quem não está na ativa e aposentado. Lembrando que ele vai para R$ 1.621, bem longe dos R$ 7.067,18, calculados mensalmente pelo Dieese, a fim de cumprir o mínimo constitucional e garantir vida digna a uma família.

Viver uma democracia não é apenas ter liberdade para investir e ganhar dinheiro, mas também dividir as responsabilidades nos momentos de dificuldade. Direitos e deveres vêm de mãos dadas na Constituição. Mas a democratização do chicote provoca pavor em muita gente do andar de cima e naqueles que defendem os mais ricos mesmo não tendo aonde cair morto.

Pequeno gafanhoto, calma, não estou aqui defendendo que os pobres não entrem no grande esforço nacional, até porque eles são sempre os primeiros a serem apontados como “voluntários” para tanto. Estou falando de isonomia, com cada qual contribuindo de acordo com suas possibilidades e sob a luz da Justiça social e tributária que é o espírito da Constituição de 1988.

É fato que déficits da Previdência Social vêm aumentando e que isso não pode ser ignorado. Mas reclamar disso e não falar de todas as causas é sacanagem. Com categorias que se beneficiam de condições especiais (como os militares), o sistema sangrando através de fraudes trabalhistas (como terceirização e pejotização ilegais) e até a resistência de plataformas de motoristas e entregadores de recolherem encargos previdenciários (o sistema de MEI é importante, mas ele gera um baita déficit), a situação realmente fica difícil.

O andar de cima deita e rola em dinheiro público e a culpa pela conta não fechar é só do aumento do salário mínimo? Vale lembrar que ataques à democracia não são apenas aqueles descarados do bolsonarismo.

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Justiça decide que lei que institui política de assistência psicológica a pessoas em tratamento oncológico é constitucional

Justiça decide que lei que institui política de assistência psicológica a pessoas em tratamento oncológico é constitucional

Lei que institui política de assistência psicológica a pessoas em tratamento oncológico em Socorro – interior de SP, é constitucional, decide Órgão Especial do Tribunal de Justiça. Norma não invade competência do Executivo.

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo declarou a constitucionalidade da Lei Municipal nº 4.950/25, de Socorro, que institui política pública de assistência psicológica a pessoas em tratamento oncológico, com atendimento gratuito, humanizado e especializado a pacientes diagnosticados com câncer, bem como familiares e cuidadores. A votação foi unânime.

Na ação direta de inconstitucionalidade, a Prefeitura alegou que a norma invadiu competência privativa do Poder Executivo. No entanto, o relator do processo, desembargador Renato Rangel Desinano, frisou que a matéria não se enquadra em nenhuma das hipóteses previstas no artigo 24, §2º, da Constituição Estadual, tampouco nas competências listadas no artigo 47 da mesma legislação.

“A bem da verdade, a lei objurgada, ao prever atendimento psicológico a pessoas em tratamento oncológico, visa ao cumprimento de previsões constitucionais relativas a direitos sociais”, destacou o relator, ressaltando que a norma apenas detalha, em âmbito local, diretrizes da Lei Federal nº 14.758/23.

Direta de inconstitucionalidade nº 2286510-27.2025.8.26.0000

Fonte: Comunicação Social TJSP

Fonte https://diariopcd.com.br/justica-decide-que-lei-que-institui-politica-de-assistencia-psicologica-a-pessoas-em-tratamento-oncologico-e-constitucional/

Postado Pôr Antônio Brito

sábado, 27 de dezembro de 2025

Sílvio Costa Filho defende pena de morte para autor de feminicídio

O ministro Silvio Costa Filho defendeu que o governo federal avalie medida para prever pena de morte para autores de feminicídio no Brasil. A declaração ocorreu em entrevista ao Bastidores, da CNN Brasil. “Semana retrasada eu vi um cidadão que matou a esposa na frente dos filhos. Um cidadão desse não tem jeito, um cidadão […]

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Deputados estaduais aprovaram quase mil projetos em 2025

 Balanço do ano de 2025 aponta ainda para mais de 230 reuniões realizadas, 30 cursos gratuitos e um prêmio pela ação Alepe Antirracista

Assembleia Legislativa de Pernambuco encerrou os trabalhos de 2025 no dia 18 de dezembro/Rafael Vieira/DP Foto

Assembleia Legislativa de Pernambuco encerrou os trabalhos de 2025 no dia 18 de dezembro (Rafael Vieira/DP Foto)

Com quase mil projetos apresentados em 2025, mais de 230 reuniões realizadas ao longo do ano e aprovação do Orçamento de 2026, que segue rendendo polêmicas, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) encerrou no último dia 18, o terceiro ano da 20ª Legislatura da Casa. O ano marcou o reconhecimento nacional do projeto Alepe Antirracista, premiado pela União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale) pelo pioneirismo no combate institucional ao racismo.

“Cumprimos nossa missão de legislar, sem abrir mão das prerrogativas de debater, fiscalizar e cobrar do governo a devida aplicação dos recursos públicos e dos valores conseguidos pelos empréstimos autorizados. Nos mobilizamos para analisar, esclarecer dúvidas e votar projetos capazes de assegurar avanços e melhorias para o Estado. Acreditamos ter conseguido assegurar os trabalhos legislativos e a boa relação com os demais poderes e a sociedade”, avaliou o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, ao comentar os números do ano legislativo.

Funcionamento da Casa

Entre 1º de fevereiro e 11 de dezembro de 2025, o plenário e as comissões realizaram 234 reuniões, sendo 136 ordinárias, 14 extraordinárias e 84 solenes, de acordo com dados da Gerência de 

Estatísticas da Alepe.

Durante o ano, os deputados apresentaram 999 Projetos de Lei Ordinária, cinco Projetos de Lei Complementar, 137 Projetos de Resolução e dez Propostas de Emenda à Constituição (PECs). Deste total, 267 projetos de lei ordinária foram aprovados, além de uma lei complementar, 106 resoluções e três emendas à Constituição.

A Alepe também aprovou projetos encaminhados por outros poderes e instituições autônomas, como o Poder Judiciário, Tribunal de Contas do Estado (TCE), Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e Defensoria Pública.

Ações

Em 2025, a Casa também ampliou ações sociais promovidas com o programa Alepe Cuida, oferecendo serviços gratuitos de saúde, cidadania e bem-estar, percorrendo municípios como Limoeiro, Paulista e Olinda, somando mais de 13 mil atendimentos nessas cidades. O programa Juntos Nos Cuidamos, bateu recorde em sua terceira edição, com mais de 19 mil atendimentos gratuitos com ações do Outubro Rosa e Novembro Azul.

Homenagens e frentes parlamentares

Ao longo do ano, a Alepe também aprovou 91 homenagens, entre títulos de cidadão pernambucano, medalhas, registros de patrimônio cultural e títulos honoríficos. Além disso, foram criadas 18 frentes parlamentares, voltadas a temas como primeira infância, moradia popular, saúde, direitos da população LGBTQIAPN+ e desenvolvimento regional.

Capacitação e reconhecimento

Em 2025, a Escola do Legislativo (Elepe) ampliou sua atuação, oferecendo mais de 30 cursos gratuitos, voltados para áreas como gestão pública, finanças pessoais, comunicação, empreendedorismo e capacitação de servidores públicos.

A Casa também recebeu reconhecimento com o prêmio nacional concedido ao projeto Alepe Antirracista, vencedor da 6ª edição do Prêmio Assembleia Cidadã, da Unale, por estruturar 

ações permanentes de combate ao racismo no âmbito do Legislativo, incluindo jornadas 

temáticas, criação de ouvidoria específica e instalação de uma Frente Parlamentar.

Fonte https://www.diariodepernambuco.com.br/politica/2025/12/11703255-deputados-estaduais-aprovaram-quase-mil-projetos-em-2025.html
Postado Pôr Antônio Brito

sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Câmara de Tabira devolve R$ 220 mil ao Executivo

 

A Câmara Municipal de Tabira efetuou a devolução de R$ 220 mil ao Poder Executivo. A devolução contou com a presidente Socorro Veras, o prefeito Flávio Marques, o vice  Marcos Crente, o vereador Kleber Paulino,  o Deputado Federal Carlos Veras e outras autoridades. Os valores devolvidos serão investidos na perfuração de poços na zona rural […] https://nilljunior.com.br/

Fredson anuncia pagamento antecipado de salários e 13º para aposentados e pensionistas

 

O prefeito de São José do Egito, Fredson Brito, anunciou por meio de suas redes sociais que todos os aposentados e pensionistas do município receberam, nesta sexta-feira, dia 26 de dezembro, o salário referente ao mês, além do décimo terceiro de forma antecipada. De acordo com o prefeito, a medida reforça o compromisso da gestão […]

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

Ministério da Saúde amplia prazo de resgate vacinal contra o HPV para jovens de 15 a 19 anos até 2026

Foto: Agência Saúde-DF

Medida busca reforçar a proteção desse público em todo o país. As estratégias de vacinação em escolas e em ações extramuros são fundamentais para ampliar o alcance e garantir a imunização de adolescentes

O Ministério da Saúde prorrogou até o primeiro semestre de 2026 a estratégia de resgate vacinal contra o HPV destinada a jovens de 15 a 19 anos que não receberam a vacina na idade recomendada. A iniciativa, que estava prevista para encerrar em dezembro deste ano, seguirá vigente até a realização da Campanha de Vacinação nas Escolas, ampliando o acesso desse público à imunização.

A estimativa é vacinar cerca de 7 milhões de jovens nessa faixa etária que ainda não foram vacinados contra o HPV no país. Até dezembro de 2025, foram aplicadas 208,7 mil doses da vacina no âmbito da estratégia de resgate, sendo 91 mil em meninas e 117,7 mil em meninos.

“Ao ampliar o prazo da estratégia de resgate, o Ministério da Saúde possibilita que adolescentes e jovens que perderam a oportunidade de se vacinar entre os 9 e 14 anos garantam sua proteção individual e contribuam para a redução da circulação do vírus na população”, destacou o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti.

A vacina contra o HPV é segura e fundamental na prevenção de diversos tipos de câncer, como os de colo do útero, vulva, pênis, garganta e pescoço. A estratégia de resgate contempla todos os cerca de 5,5 mil municípios brasileiros e busca assegurar que adolescentes e jovens ainda não vacinados tenham acesso à proteção.

vacinação está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e também é realizada por meio de ações extramuros em escolas, universidades, ginásios esportivos e shoppings. Para intensificar as ações, o Ministério da Saúde conta com apoio dos estados e municípios.

Esquema vacinal

A vacinação contra o HPV faz parte da rotina do calendário nacional para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. Desde 2024, o Brasil adotou o esquema de dose única da vacina, substituindo o modelo anterior de duas doses e simplificando o acesso à imunização.

Para pessoas imunocomprometidas, como aquelas que vivem com HIV/Aids, pacientes oncológicos e transplantados, o esquema vacinal permanece com três doses. A mesma recomendação se aplica a usuários de PrEP entre 15 e 45 anos e a vítimas de violência sexual a partir dos 15 anos.

Marcella Mota
Ministério da Saúde

Cirurgia de Bolsonaro deve durar 4 horas


O ex-presidente Jair Bolsonaro passa por uma cirurgia eletiva de hérnia inguinal bilateral nesta quinta-feira (25); ele está internado desde quarta-feira (24).

O procedimento foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, depois de avaliação médica da Polícia Federal, que apontou a necessidade de correção cirúrgica para evitar o agravamento do quadro.

Os exames pré-operatórios foram bem sucedidos e a cirurgia de Jair Bolsonaro (PL) começa às 9 horas desta quinta-feira, dia do Natal, informou a equipe médica. A previsão é que a operação dure até quatro horas.

Médicos afirmaram que vão analisar possibilidade de procedimento para diminuir soluços. É estudado fazer uma anestesia no diafragma, medida que não é considerada uma cirurgia, explicou Cláudio Birolini, cirurgião de Bolsonaro.

O procedimento contra o soluço deve ficar para o começo da próxima semana. O médico do ex-presidente acrescentou que a anestesia no diafragma será feita antes de o paciente ter alta. Segundo laudo da PF, Bolsonaro tem de 30 a 40 soluços por minuto.

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Especialista aponta cinco dicas de como identificar e lidar com a ansiedade silenciosa

Especialista aponta cinco dicas de como identificar e  lidar com a ansiedade silenciosa

Estado de hipervigilância constante pode gerar sintomas sutis e persistentes, segundo especialistas e pesquisas recentes sobre saúde mental

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o ranking mundial de transtornos de ansiedade, com 9,3% da população afetada, o que equivale a cerca de 19 milhões de pessoas. 

A pandemia e as mudanças no estilo de vida agravaram o cenário, o país registra aumento contínuo nos casos de estresse e ansiedade, especialmente entre mulheres e jovens adultos. “A ansiedade silenciosa é uma forma de sofrimento que não precisa de uma ameaça real para existir. O corpo permanece em alerta constante, mesmo em momentos de tranquilidade”, explica o psicólogo Jair Soares dos Santos, fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) e doutorando em Psicologia pela Universidade de Flores (UFLO) na Argentina.

Quando o corpo fala antes da mente

Os sintomas da chamada ansiedade silenciosa costumam ser sutis. O corpo envia sinais como insônia, palpitações, irritabilidade, lapsos de memória, tensão muscular e sensação de cansaço constante. Pesquisas publicadas pela Fiocruz indicam que o número de brasileiros que relatam sintomas ansiosos cresceu significativamente nos últimos anos, com prevalência maior entre mulheres de 25 a 45 anos. “O problema é que esses sinais se confundem com estresse ou excesso de trabalho. O indivíduo continua funcionando, mas em modo de sobrevivência. A mente não desliga”, explica Soares.

Estudos internacionais, como o realizado pela Yale University e publicado na revista Nature Human Behaviour, demonstram que pessoas ansiosas apresentam hiperatividade em áreas cerebrais associadas ao controle e à percepção de risco. “O cérebro interpreta situações neutras como se fossem ameaças. Esse estado de hipervigilância constante impede o descanso e desgasta o organismo com o tempo”, afirma o psicólogo.

O disfarce da funcionalidade

Segundo levantamento da Fundação Oswaldo Cruz, 65% das mulheres brasileiras relatam sintomas persistentes de ansiedade mesmo sem diagnóstico formal. Em grande parte dos casos, a sobrecarga de papéis sociais e a pressão por produtividade acentuam o quadro. “Vivemos uma cultura que valoriza a performance e ignora os custos emocionais. Muitos transformam o trabalho, o controle e a eficiência em anestesia para não entrar em contato com dores internas. Mas o corpo sempre cobra a conta”, observa Soares.

Como identificar e lidar com a ansiedade silenciosa

Especialistas alertam que reconhecer o problema é o primeiro passo para tratá-lo. Entre as principais orientações estão:

  • Observar os sinais físicos, como alterações no sono, tensão muscular e cansaço excessivo.
  • Criar pausas reais durante o dia e priorizar momentos de descanso.
  • Reduzir o consumo de notícias e o tempo de exposição às redes sociais.
  • Buscar acompanhamento psicológico ou médico sempre que o estado de alerta interferir na vida cotidiana.
  • Evitar o uso de medicamentos sem prescrição, que podem mascarar sintomas e dificultar o tratamento adequado.

Para Jair Soares, o caminho não é eliminar os sintomas, mas compreender sua origem. “Uma mente em urgência não precisa de mais produtividade, mas de segurança emocional. O corpo só descansa quando entende que o perigo passou. É nesse momento que o equilíbrio se restabelece”, conclui o psicólogo.

Sobre o IBFT

O Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) é uma instituição educacional dedicada à formação de terapeutas especializados em saúde emocional. Fundado com o propósito de transformar vidas por meio do conhecimento, o IBFT oferece formações em diversas áreas, incluindo a Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), uma metodologia desenvolvida para tratar dores emocionais profundas. Com mais de 50 mil terapeutas formados no Brasil e no exterior, o instituto se destaca por sua abordagem prática e eficaz no tratamento de traumas, fobias, depressão, ansiedade e outros transtornos emocionais.

Fonte https://diariopcd.com.br/especialista-aponta-cinco-dicas-de-como-identificar-e-lidar-com-a-ansiedade-silenciosa/

Postado Pôr Antônio Brito

quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Prefeitura de Afogados assume de vez o controle da ASAVAP

 

Prefeitura de Afogados assume de vez o controle da ASAVAP

Nesta quarta (24), véspera de Natal, a Prefeitura de Afogados da Ingazeira promoveu uma manhã toda especial para os idosos residentes na antiga Associação Vale do Pajeú – ASAVAP. O Prefeito de Afogados da Ingazeira, Sandrinho Palmeira, assinou a lei que transforma a antiga ASAVAP na Instituição Municipal de Longa Permanência para Idosos – ILPI. […]


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Natura é reconhecida como a empresa mais diversa do Brasil pelo segundo ano consecutivo, aponta Datafolha

 Natura é reconhecida como a empresa mais diversa do Brasil pelo segundo ano consecutivo, aponta Datafolha

Levantamento ouviu pessoas de onze capitais brasileiras; Natura foi lembrada de forma espontânea como a empresa que mais se destaca pela promoção da diversidade, igualdade e inclusão

 A Natura foi reconhecida pelo segundo ano consecutivo como a empresa mais diversa do Brasil, de acordo com levantamento realizado pelo Datafolha. A pesquisa avaliou a percepção de diversidade e inclusão de grandes organizações brasileiras a partir de um amplo recorte populacional, consolidando a companhia como referência no tema.
 

A diversidade é um elemento central da estratégia da Natura e vital para a sustentabilidade do nosso negócio. Acreditamos que a diversidade, a equidade e a inclusão são alavancas de inovação: olhares diversos antecipam tendências e garantem soluções mais inovadoras, sintonizadas com a realidade do consumidor brasileiro. Por isso, a pauta permeia todas as áreas da companhia, influenciando desde a cultura interna até o desenvolvimento de produtos. Celebramos liderar este ranking porque ele valida que construir um ambiente justo e representativo gera valor compartilhado e resultados consistentes.”, afirma Paula Benevides, vice-presidente de Pessoas, Cultura e Organização da Natura.

A Natura foi lembrada de forma espontânea por 14% dos brasileiros entrevistados como a empresa que mais se destaca pela promoção da diversidade, igualdade e inclusão no país, reforçando a consistência de suas práticas e posicionamento nessa agenda. A empresa segue na liderança, muito à frente de concorrentes e outros setores, com pelo menos oito pontos percentuais de diferença para o segundo colocado. O estudo ouviu trabalhadores de cargos administrativos, similares ou superiores, de empresas com ao menos 50 funcionários, em 11 capitais brasileiras, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Belém, Goiânia e Brasília. O questionário foi aplicado por meio de painel online entre 2 e 20 de setembro, totalizando 1.200 entrevistas.
 

Nos últimos anos, a Natura avançou em iniciativas estruturantes, como o Compromisso Antirracista, lançado em 2022, que ampliou significativamente a presença de pessoas negras em cargos de liderança, dobrando o número em posições gerenciais. Hoje, a companhia conta com iniciativas de diversidade e equidade em frentes variadas, que vão desde ações mais ligadas ao RH (como metas para a contratação de pessoas de grupos sub representados), até o desenvolvimento de produtos e campanhas.
 

Além disso, a Natura também já alcançou, em 2023, a equidade salarial, assegurada entre gêneros e raças por auditoria há três anos, e implementou o salário digno, conceito que se difere do salário mínimo, para 100% das pessoas colaboradoras.
 

Sobre a Natura

Fundada em 1969, a Natura é uma multinacional brasileira líder em beleza e cuidados pessoais na América Latina. É a companhia de melhor reputação do Brasil e a mais responsável em ESG pelo ranking Merco há 11 anos consecutivos. Há mais de 25 anos, por meio do relacionamento com comunidades extrativistas na Amazônia, a Natura é pioneira no uso cosmético de bioativos da sociobiodiversidade brasileira. Hoje, essa atuação gera benefícios para milhares de famílias e contribui para conservar 2,2 milhões de hectares de floresta. A Natura foi a primeira companhia de capital aberto a receber, em 2014, a certificação de Empresa B pelo B Lab, organização que reconhece globalmente negócios que combinam a geração de lucro ao impacto socioambiental positivo. Com operações em 14 países na América Latina, os produtos da marca podem ser adquiridos através das mais de 3 milhões de consultoras na região, via e-commerce, aplicativo Natura, ou nas mais de mil lojas. Para mais informações, visite www.natura.com.br ou acesse os perfis da empresa nas redes sociais: LinkedIn, Facebook e Instagram

Fonte https://diariopcd.com.br/natura-e-reconhecida-como-a-empresa-mais-diversa-do-brasil-pelo-segundo-ano-consecutivo-aponta-datafolha/

Postado Pôr Antônio Brito

terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Peritos do INSS destacam compromisso com atendimento humanizado em Afogados

 

Os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que passam a atuar na agência de Afogados da Ingazeira ressaltaram o compromisso com um atendimento ético e atento à realidade da população da região. As declarações foram dadas durante entrevista ao programa Manhã Total da Rádio Pajeú, nesta segunda-feira (22). A médica perita Gabriela […]

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Quando a deficiência e autismo viram commodities: Reflexões para 2026


OPINIÃO

    * Por Letícia Lefevre

Um panorama crítico sobre os ataques aos direitos da pessoa com deficiência, autismo e outros transtornos do neurodesenvolvimento, o uso político desses direitos e o papel da sociedade em um ano decisivo.

Os dados mais recentes do Censo 2022 (IBGE) mostram um cenário que precisa ser levado a sério:

📌 14,4 milhões de pessoas com deficiência no Brasil — 7,3% da população com 2 anos ou mais.

📌 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Esses números revelam algo fundamental: estamos falando de uma parcela enorme da sociedade de eleitores, consumidores, estudantes, trabalhadores, usuários do SUS e da educação básica e superior.

E é justamente por isso que, em ano eleitoral, a pauta da deficiência passa a ser disputada como narrativa política. Às vezes com responsabilidade. Mas muitas vezes… apenas como slogan.

E aqui está o ponto: não é possível falar de Brasil, democracia ou políticas públicas sem incluir, de forma séria, as pessoas com deficiência, neurodivergências e doenças raras em todas as decisões.

⚖️ Planos de Saúde em 2026: mais judicialização x avanço dos lobbies

A relação entre famílias e operadoras de planos de saúde nunca esteve tão tensionada, especialmente quando falamos de pessoas autistas, pessoas com doenças raras e pessoas com deficiência.

Nos últimos anos, vemos um movimento claro:

✅ O Judiciário segurando as pontas

O STJ tem reiterado que os planos devem custear terapias multiprofissionais essenciais, ABA, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicoterapia, sempre que houver prescrição por profissional habilitado, especialmente nos casos de TEA.

Sem essa atuação, diversos estudos mostram que grande parte desses tratamentos simplesmente não seria oferecida pelas operadoras, que seguem tentando reduzir custos, mesmo quando isso viola direitos fundamentais.

E se não houvesse tido tantas judicializações, grande parte dessas pessoas teriam migrado para o SUS (Sistema Único de Saúde) colapsando o sistema, que já vive em grande demanda. Então se você não tem plano de saúde, esse problema é seu também, porque o resultado final dessas ações vão impactar a sua vida.

❌ Cancelamentos unilaterais continuam crescendo

Isso tem atingido, inclusive, famílias com dependentes com deficiência ou TEA. Mesmo sem qualquer inadimplência, operadoras encerram contratos sob o argumento genérico de “reestruturação da carteira”, deixando famílias desamparadas, vulneráveis e obrigadas a reconstruir toda a rede de cuidado do zero.

Sim, há mecanismos legais para contestar e reverter esse tipo de abuso. Mas aqui entra a pergunta que incomoda:

👉 Será que todas as famílias têm acesso a um advogado especialista para enfrentar uma operadora de saúde?

Afinal, você não marca consulta com um oftalmologista quando precisa operar o pé. Cada área tem sua especialização, no direito à saúde não é diferente.

🏢 Planos empresariais “de fachada”?

Muitas famílias, tentando fugir de mensalidades altíssimas, recorrem aos planos empresariais por adesão. O problema? Operadoras passaram a encerrar contratos formados apenas por membros de uma mesma família, classificando como “risco concentrado”. Ou seja: quando a família mais precisa, o plano simplesmente desliga o interruptor.

📚 Os impactos do tema 1234, do STJ em relação aos medicamentos não incorporados pelo SUS, mas registrados pela ANVISA.

O Tema 1234 do STF redefiniu o caminho judicial para quem precisa de medicamentos não incorporados pelo SUS, mas registrados pela ANVISA. O acesso ficou mais técnico, mais restritivo e muito mais desigual. Na prática, pessoas com doenças raras e suas famílias enfrentam barreiras que podem custar vidas.

Isso cria uma estrutura clara de judicialização estrutural: muitas terapias para doenças raras, deficiências graves ou tratamentos fora dos protocolos padronizados dependem de decisões judiciais para garantir acesso. E isso não é democrático, especialmente pela falta de conhecimento de pessoas mais vulneráveis, que não sabem nem por onde começar o processo, ou tem que esperar uma vaga nas defensorias públicas.

💡 O que isso revela?

Que estamos diante de um cenário onde:

    o Judiciário vira barreira de contenção,

    o lobby das operadoras aumenta,

    e as famílias seguem na linha de frente para garantir direitos mínimos, especialmente o direito a uma vida digna.

Tudo isso em contraste direto com o direito constitucional à saúde (art. 196), com a Lei Brasileira de Inclusão, Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e Programa de acompanhamento integral para educandos com dislexia, Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou outro transtorno de aprendizagem, todas essas normas que asseguram atenção integral à pessoa com deficiência e/ou necessidades específicas, inclusive no âmbito privado.

Tendência para 2026

    Mais pressões dos lobbies dos planos para baratear e dificultar o acesso à saúde:

    Mais judicialização, porque as famílias continuarão recorrendo ao Judiciário para garantir cobertura.

Impacto direto nas pessoas com deficiência e TEA

    A demora ou negativa de tratamento compromete desenvolvimento, autonomia e participação social, violando a Constituição (art. 1º, III – dignidade da pessoa humana) e o direito à saúde (art. 196), além da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto nº 6.949/2009) e da LBI (Lei nº 13.146/2015).

Inclusão escolar: unificação de “profissional de apoio” e “cuidador”

A educação inclusiva para estudantes autistas e com deficiência é estruturada pela combinação entre:

A Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência é o principal tratado internacional de direitos humanos voltado à inclusão, acessibilidade, dignidade e participação plena das pessoas com deficiência em igualdade de condições com as demais.

Ela entrou no ordenamento jurídico brasileiro com força constitucional. e foi aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186/2008 que aprovou o texto da Convenção e do Protocolo Facultativo e pelo Decreto nº 6.949/2009 que promulgou a Convenção e dá a ela status constitucional, colocando-a acima das leis e no mesmo nível da Constituição Federal.

    Constituição Federal/1988 – baseada nos direitos humanos garante um novo paradigma democrático no país, estruturando o Estado brasileiro sobre quatro pilares:

✔️ Dignidade da pessoa humana (art. 1º, III)

✔️ Cidadania (art. 1º, II)

✔️ Igualdade (art. 5º)

✔️ Erradicação da pobreza e redução das desigualdades

    Lei nº 9.394/1996 (LDB) – garante atendimento educacional especializado (AEE), adaptações razoáveis e organização de recursos de apoio;

    Lei nº 12.764/2012 — Lei Berenice Piana – Reconhece o autista como pessoa com deficiência (art. 1º, §2º), institucionaliza a política nacional de proteção e assegura direitos em saúde, educação, assistência social e demais políticas públicas. Especialmente, garante o acompanhante especializado para o aluno autista.

    Lei nº 13.146/2015 (LBI) – assegura escola comum inclusiva, vedação à recusa de matrícula e oferta de apoios necessários;

    Decreto nº 12.686/2025 – atualiza diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, reafirmando o AEE, a obrigatoriedade de acessibilidade e a organização dos serviços de apoio escolar;

    Decreto nº 12.773/2025 – define parâmetros para o profissional de apoio escolar, distinguindo-o de cuidador, regulamentando atribuições, formação mínima e condições de oferta pela rede pública e privada.

Onde está a polêmica para 2026? Muitos estados e municípios estão:

    a confusão de nomenclatura e definição dos papeis de quem exerce as funções na inclusão escolar, inclusive qual o papel do acompanhante terapêutico.

    unificando, na prática, a figura do “cuidador” com a do “profissional de apoio”, como se fossem a mesma função;

    terceirizando ou contratando com baixa formação e salários precários;

    reduzindo número de profissionais, tentando fazer “um para a escola inteira” o que é incompatível com o direito à inclusão individualizada.

Risco jurídico e pedagógico:

A LBI (art. 27 a 30) e a Convenção da ONU garantem educação inclusiva em todos os níveis, em igualdade de condições, com os apoios necessários.

Se o “apoio” vira só “cuidado físico”, sem suporte pedagógico, a criança com deficiência ou TEA fica matriculada, mas não incluída: não aprende, não participa e permanece segregada dentro da própria sala de aula. Cada um tem seu papel na inclusão escolar.

Ao aluno com deficiência e/ou necessidade específica é garantida a matrícula, a permanência e o aprendizado significativo.

BPC/LOAS: “pente-fino”, cancelamentos e 2026

O BPC/LOAS (Lei nº 8.742/1993) é um benefício assistencial para pessoas idosas e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade, garantido sem exigência de contribuição previdenciária.

Nos últimos ciclos:

    O Governo Federal atualizou regras do BPC, exigindo atualização periódica do CadÚnico, sob pena de suspensão.

    Agora exige a biometria para liberação do benefício e atualização dele, considerando que boa parte dos beneficiários são idosos ou pessoas vulneráveis, analfabetos digitais, sem acesso a celulares, fazendo com que eles fiquem ainda mais à margem da sociedade

    Tem sido divulgado e implementado um “pente-fino” nos benefícios, revisando milhares de casos e gerando cortes, suspensões e pedidos de devolução de valores.

Tendência para 2026:

    Continuidade dos processos de revisão em massa, com:

    Crescente conflito entre a lógica fiscal (cortar gastos) e a lógica de direitos humanos (proteger renda mínima de pessoas com deficiência e famílias vulneráveis).

Isso dialoga diretamente com a avaliação biopsicossocial prevista na LBI (art. 2º, §1º e art. 6º) e com o art. 203, V, da Constituição, que garante o BPC como direito fundamental, não como “favor do Estado”.

LBI com 10 anos: avanços sem regulamentação completa

A Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) completou 10 anos em 2025. Mas o que mais vimos em 2025 foram ações de retrocesso, em prol da pessoa com deficiência.

    Alguns artigos já foram regulamentados por decretos, mas outros não, principalmente, quando falamos de avaliação biopsicossocial.

Impactos dessa falta de regulamentação:

    Municípios e estados ficam “perdidos”, cada um cria uma regra diferente e a pessoa com deficiência vira refém do CEP onde mora.

    A judicialização cresce, porque as famílias precisam recorrer ao Judiciário para “preencher a lacuna” normativa.

    Fica mais difícil punir efetivamente empresas e órgãos que descumprem acessibilidade, pois o “como fazer” não está detalhado em todos os pontos.

Ano eleitoral: deficiência e autismo tratados como “commodities”

A ideia central é: ➡️ commodity é aquilo que o mercado trata como substituível, padronizado e sem valor individual próprio.

Conforme define Paul A. Samuelson:

    “Commodities são bens básicos, indiferenciados, produzidos por muitos e consumidos por muitos, cujos preços são determinados no mercado como se fossem perfeitamente substituíveis”.

Por isso, quando dizemos que a pauta da deficiência vira “commodity” em ano eleitoral, significa que ela passa a ser tratada como algo trocável, instrumental, usado para gerar valor político, e não como um direito fundamental ligado à dignidade humana.

Em ano de eleição municipal, estadual ou federal, a deficiência vira:

    foto em campanha,

    promessa genérica de “inclusão”,

    pauta usada para humanizar discursos, mas sem metas, orçamento ou normas concretas.

E lembre: segundo o Censo 2022, 7,3% da população tem deficiência e uma parte desse grupo vota diretamente; outra parte influencia voto da família e de cuidadores, se analisarmos esses dados, aproximadamente 21,9% da população tem interesse direto ou indireto nessa pauta.

Por isso, alguns políticos tratam a deficiência como “ativo eleitoral”: prometem muito, mas, na hora de votar, apoiam projetos que:

    reduzem orçamento de políticas de acessibilidade;

    flexibilizam proteção trabalhista;

    dificultam acesso a benefícios;

    fragilizam educação inclusiva

    precarizam a saúde.

Como cidadão, o que fazer na prática com o seu voto?

Aqui entra sua parte – simples e poderosa:

A) Anotar quem você pretende votar

Pegue um caderno, uma agenda ou arquivo digital e, para cada cargo, escreva:

    Nome do candidato;

    Número;

    Partido;

    Cargo (vereador, deputado, prefeito, governador, senador, presidente).

B) Pesquisar o histórico

Para cada pessoa em quem você pensa em votar, verifique:

    Ele(a) já votou contra ou a favor de projetos que afetem:

    Ele(a) participa de frentes parlamentares de defesa da pessoa com deficiência ou, ao contrário, apoia projetos que restringem acesso a direitos?

    Ele(a) só aparece em período eleitoral nas pautas de deficiência?

Você pode usar:

    sites oficiais do Congresso e Assembleias Legislativas;

    portais de transparência;

    páginas de notícias sobre votações;

    relatórios de entidades da sociedade civil (conselhos, movimentos de pessoas com deficiência).

C) Anotar em quem você vai votar e o que vai cobrar

Ao decidir, registre:

    “Vou votar em X para vereador/deputado/etc.”

    “Minhas pautas prioritárias para cobrar”:

Depois, durante o mandato, mande e-mails, mensagens, participe de audiências públicas cobrando aquilo que você anotou. Isso é exercício de cidadania, não tem partido específico.

O que qualquer cidadão pode fazer nessa luta (mesmo não tendo deficiência)

Você não precisa ser pessoa com deficiência ou parente para entrar nessa briga. Alguns caminhos concretos:

A) Informar-se com base em dados, não só em posts virais

    Acesse materiais oficiais sobre LBI e direitos da pessoa com deficiência, como cartilhas de tribunais e do próprio governo federal.

    Use dados do Censo sobre deficiência e TEA para embasar debates na escola, no trabalho e na comunidade, eles são escassos, mas existem alguns.

B) Participar de espaços de controle social

    Conselhos municipais e estaduais da pessoa com deficiência;

    Audiências públicas sobre Plano Nacional de Educação, planos municipais de educação, PPA, LDO, LOA;

    Consultas públicas da ANS, MEC, MDHC sobre saúde, educação e acessibilidade.

C) Exigir acessibilidade em todos os espaços

Para todas as deficiências (física, mental/psicossocial, sensorial, intelectual), você pode:

    Questionar escolas, faculdades, empresas e órgãos públicos sobre rampas, elevadores, banheiros adaptados, sinalização tátil, Libras, legendas e audiodescrição;

    Apoiar colegas com deficiência em pedidos formais de ações e produtos pensados de acordo com o desenho universal, e quando não for possível, ajudá-los a requerem a adaptação razoável, como permite a LBI (art. 28, §1º).

D) Defender BPC e políticas de renda em vez de reforçar preconceitos

    Combater frases como “todo mundo recebe benefício sem precisar”;

    Explicar que o BPC é direito constitucional para quem vive em vulnerabilidade, não “privilégio”;

    Apoiar famílias que estão passando por pente-fino e não entendem notificações, ajudando a buscar orientação jurídica ou da assistência social.

Em resumo: 2026 é ano de escolher lado

Para as pessoas com deficiência, autismo e com transtornos do neurodesenvolvimento, 2026 tende a ser um ano de:

    disputa intensa na saúde pública e na saúde suplementar,

    pressão por “baratear” a inclusão na escola,

    cortes e revisões em benefícios assistenciais,

    uso político da pauta da deficiência sem compromisso real com orçamento, metas e normas.

Diante disso, o papel de cada cidadão com ou sem deficiência é interessante:

    Conhecer a lei (LBI, LOAS, Convenção da ONU).

    Usar o voto com memória, anotando quem você escolheu e cobrando coerência.

    Participar dos espaços institucionais e da sociedade civil.

    Não naturalizar o capacitismo: direito não é favor, e acessibilidade não é luxo.

Se cada pessoa assumir uma parte dessa responsabilidade, a deficiência deixa de ser “commodities” eleitoral e volta a ser tratada como o que é na Constituição: tema de dignidade humana, justiça social e igualdade de direitos.

👉 Se este conteúdo fez sentido para você, curta, comente e compartilhe. A defesa dos direitos das pessoas com deficiência exige informação qualificada, memória política e responsabilidade social — e começa com cada um de nós.

💬 Sua experiência importa: profissionais do direito, saúde, educação e gestão pública, deixem nos comentários como essas mudanças têm impactado vocês. Construímos inclusão de forma coletiva, crítica e permanente.

📌 E lembre-se: 2026 não é ano para slogans. É ano para compromisso. Acompanhe seus candidatos, cobre coerência e proteja direitos

    * Letícia Lefevre é Advogada | 👩‍👧‍👦 Especialista em Direitos da Pessoa com Deficiência e da Criança | 📢 Community Manager | 👩‍🏫 Pedagoga | Fundadora do Grupo Crianças Especiais

ARTIGO ORIGINALMENTE PUBLICADO EM:

https://www.linkedin.com/posts/leticia-lefevre_o-brasil-em-2026-o-que-est%C3%A1-em-jogo-para-activity-7404265771952222208-OBuE?utm_medium=ios_app&rcm=ACoAAAZQjOQBEpxmg7W7CWf6tRfqiRh_5kO5xX0&utm_source=social_share_send&utm_campaign=copy_link

Fonte https://diariopcd.com.br/quando-a-deficiencia-e-autismo-viram-commodities-reflexoes-para-2026/

Postado Pôr Antônio Brito