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domingo, 18 de maio de 2025

Coluna do Domingão


Trânsito e mobilidade: tem que ser pra valer

Há um conceito equivocado,  pobre e absurdo de que organizar o trânsito não dá certo porque punir os maus motoristas gera rejeição. É um grande engano,  além de uma desculpa pra quem não quer fazer.

No Sertão do Estado,  o processo de municipalização do trânsito tem avanços,  retrocessos e bons exemplos. O modelo continua sendo Arcoverde.  A Arcotrans é disparadamente a Autarquia de Trânsito com melhor atuação dentre as médias cidades.

A instituição começou a funcionar em junho de 2011. Com praticamente 14 anos de atuação,  já está incorporada à cultura de quem vive na cidade ou vem de fora, dada sua característica de polo regional. Àquele ano, o prefeito era Zeca Cavalcanti,  vivendo seu segundo governo.  A organização do trânsito não desorganizou a vida política de Zeca, eleito Deputado Federal,  perdendo e ganhando eleições como ano passado sem nunca sofrer represálias por organizar o trânsito da cidade. Hoje,  corre riscos quem ameaçar a estabilidade da Autarquia.

Tabira não tinha o trânsito municipalizado,  mas contou no governo Sebastião Dias com importante apoio da Guarda Municipal para ajudar no trânsito.  Funcionou,  quando Flávio Marques era seu Secretário. “Desfuncionou” com o desmonte da sua sucessora,  Nicinha Melo,  que, propositadamente,  parou de apoiar e investir na guarda, já que era um símbolo de Flávio. Agora, dado o atual desmantelo, a população está invocando a volta da guarnição no apoio e organização das vias.

Serra Talhada também criou sua Superintendência de Trânsito,  a STTRANS, em 2013.  Sob o comando de Célio Antunes na maior parte de sua história,  enfrenta desafios por vários fatores.  Além de não ter começado com a plenitude esperada, dadas as notícias da época, hoje, o ambiente político é um dos problemas, com a oposição explorando o rótulo de “indústria de multas”, falta de compreensão do seu papel, críticas de setores da imprensa e necessidade de alguns ajustes. A Autarquia foi criada em 2013, com praticamente 12 anos. Já o trânsito municipalizado pra valer em abril de 2015.  Isso também não gerou prejuízos eleitorais para Luciano Duque, o gestor que a iniciou. Tanto ele quanto Márcia Conrado foram ou são eventualmente cobrados pela falta de uma gestão mais eficiente da pasta.

No caso de Afogados da Ingazeira,  a cidade arrasta o debate há cerca de 10 a 15 anos. A necessidade de efetivação da política cresceu com o tempo e ficou mais evidente nos dois governos Patriota e na atual gestão Sandrinho. A pressão social, com a constatação de que Afogados da Ingazeira é a “Índia do Pajeú” em se tratando de trânsito dada sua extrema desorganização,  aumenta a cada dia.

A cidade intensificou algumas ações em preparação para o início do processo.  Teve encontros com a PM, que será uma das parceiras, acompanhou exemplos como o da , intensificou obras do receptivo de lotações, seus representantes visitaram CTTU e Serpro e recentemente,  os agentes de trânsito iniciaram as aulas práticas.

Preocupam o número de agentes,  as excessivas reuniões com setores como o comércio que podem gerar mais concessões que o cumprimento da lei, como nas vagas solicitadas para carga e descarga, manutenção da feira livre da Senador Paulo Guerra travando a área central da cidade, zona azul descartada e lentidão no processo de sinalização horizontal e vertical da cidade, além da ausência de um programa de mobilidade para pedestres, com calçadas irregulares, jogando as pessoas para o meio da rua.

Esses desafios preocupam,  pois há necessidade de que o processo comece pleno,  organizado,  sem penduricalhos ou improvisos. Aí sim, se a população perceber desorganização ou um processo sem a plenitude exigida, a repercussão pode ser exatamente a inversa.  A favor a vocação da cidade,  com grande possibilidade de ser modelo em trânsito e mobilidade.

No mais, cidades médias do Estado precisam seguir os bons exemplos. No fim de 2024, Pernambuco tinha uma média de 3,4 mortes por dia. Além dos óbitos, o número total de vítimas no trânsito subiu, em número médio de 45 mil feridos, enchendo as emergências e unidades hospitalares do Estado. Precisamos agir. Ter um olhar eleitoral pro tema é ignorância,  falta de bom senso e prevaricação.

Unanimidade

A última sessão da Câmara de Afogados da Ingazeira teve vários relatos de casos de imprudência registrados no trânsito na cidade. E não teve nada a ver com o ambiente político.  Nomes da oposição,  como Zé Negão,  e governistas,  como Raimundo Lima e Douglas Eletricista,  relataram episódios que mostram o caos no trânsito de cada dia.

Veto inédito 

Não ha registros na história recente de um prefeito de Iguaracy que tenha um veto derrubado pela Câmara.  Mas Pedro Alves passou por isso, ao vetar o projeto que mudou o nome da Praça dos Taxistas de Pedro Olímpio para Otaviano Reis. Mas o presidente Tenente de Viana culpa o irmão do ex-homenageado,  Manoel Olímpio,  que teria feito a cabeça do prefeito.

Vai pra onde, Bartolomeu?

Após sua aposentadoria,  o ex-desembargador ingazeirense Bartolomeu Bueno se declarou candidato a governador para combater a polarização João Campos e Raquel Lyra,  que chamou de “candidatos manjados”. Depois afirmou que era brincadeira,  pois se dedicará ao escritório Frutuoso Advocacia.  Por último,  avisou que será candidato a Federal pelo PSDB. “A data da filiação será informada”.

Casório

O casal Magno Martins e Nayla Valença formaliza sua união dia 13 de junho, às cinco da tarde, em Arcoverde. O casório promete para a região e lotar a rede hoteleira,  além de fortalecer a rota Afogados da Ingazeira – Arcoverde.

Na cara

Desde que saiu, a pesquisa Seta,  que agora sabe-se, é fake,  não tinha despertado interesse nem dos aliados de Raquel Lyra.  Eles sabem que melhoria na intenção de voto não acontece com fabricação de números e sim com trabalho. Feio agora ficou pra quem divulgou com estardalhaço.

Balaio sem fundo

O ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo aliado Gilson Machado estava pedindo mais dinheiro na versão 2.0 da campanha do pix, ganha mais de R$ 100 mil mensais como presidente de honra do PL, por sua aposentadoria militar e por ser ex-deputado. Dos 14 milhões,  diz Gilson,  gastou R$ 8 milhões com médicos e advogados. Em 2023, um recorte do COAF identificou movimentação de R$ 39,9 milhões em um ano.

Contra o tempo

A agenda acelerada de Breno Araújo em busca de apoios,  como em Santa Cruz da Baixa Verde e Brejinho tem um amparo na matemática. Em 2022, o último a garantir vaga pelo PSB obteve 43.117 votos. Para se ter uma ideia,  Luciano Duque teve em Serra 21.389 votos. Duque continua favorito a majoritário e para Breno, 15 a 20 mil votos já será uma votação espetacular. Numa conta de caderneta,  tem que achar de 25 mil a 30 mil votos.

Um olho no gato, outro no peixe

Mais quietinho no momento,  vendo a movimentação de Luciano Duque,  Breno Araújo,  Sebastião Oliveira e Marconi Santana,  Adelmo Moura deve pisar no acelerador a partir do segundo semestre,  em uma agenda regional e também na busca por espaços em outros polos do estado.

Pior cartório de Pernambuco 

Fica em Brejinho o pior cartório de Registro Civil e de Notas do Estado.  Moradores da cidade penam com problemas como encontrá-lo fechado em horário de atendimento,  dependência de Itapetim para tudo, demora nas soluções das solicitações,  mal atendimento,  dentre outros problemas.  O registro da fila é da sexta,  dia da feira livre,  10 da manhã. O responsável pelo cartório de acordo com a página oficial Mário Soares Cavalcanti.

Declaração da semana: “No meu jardim, há décadas não cultivo o ódio. Porque aprendi uma dura lição imposta pela vida: que o ódio acaba estupidizando, porque nos faz perder a objetividade frente às coisas”. Uma das tantas lindas e profundas falas de Pepe Mujica,  que nos deixou essa semana.

nilljunior.com.br/

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